! É O QUE HÁ
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CURADORIA DE FERNANDO BOPPRÉ
ESPAÇO FERNANDO BECK | DE 12 DE DEZEMBRO DE 2013 A 14 DE FEVEREIRO DE 2014
! é o que há, foi uma rara oportunidade para revisitar a expressividade de 60 artistas nascidos ou adotados por Santa Catarina. As pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, fotografias e tapeçaria explicitam movimentos que atravessam gerações. O acervo mantido pelo Badesc, Agência de Fomento do Estado, foi constituído entre 1991 e 2005 como retribuição ao patrocínio das exposições realizadas no seu espaço cultural. Atualmente já não é comum a cultura de doação de obras por artistas expositores, mas a prática, polêmica, acabou por legar ao público um recorte representativo da arte moderna do Estado. ! é o que há foi também um tributo à sensibilidade de um grupo de funcionários apaixonados por arte que, com o apoio da Diretoria, ousou inaugurar no hall do Badesc o Espaço Cultural Fernando Beck. O nome foi uma homenagem a um colega que não pode, em vida, participar da exposição de abertura, em fevereiro de 1991, a qual teve a presença e as obras de Meyer Filho, Eli Heil, Hassis, Pléticos, Semy Braga, Vera Sabino, Suely Beduschi e Rodrigo de Haro. O Espaço Fernando Beck se consolidou como um dos mais respeitados locais de exposição da Cidade, fomentando a criação da Fundação Cultural Badesc. Desde março de 2006, ambos ocupam as elegantes salas do casarão de arquitetura eclética que serviu de residência ao ex-presidente Nereu Ramos. As 72 obras dos 60 artistas, contudo, permanecem na Agência, tornando-se parte do cotidiano dos funcionários, espalhando-se, em permanente exibição, por todas as salas e corredores da sede, esperando em momentos especiais a visita do grande público.
APRESENTAÇÃO
Exposição ! é o que há, Coletiva.
A exibição integral de todos os 60 artistas representados no acervo é um gesto que coloca num segundo plano o juízo de gosto e valor. Considerou-se mais importante, neste momento, apresentar as obras juntas, como se colocássemos todas as cartas sobre a mesa. Com isso, repete-se a generosidade dos artistas que doaram seus trabalhos à instituição: se assim o fizeram, nada melhor do que reservar um espaço nessa mostra para cada um deles.
As palavras e as imagens possuem múltiplos sentidos. Um título também. ! é o que há é livremente inspirada num livro de João Cabral de Melo Neto, intitulado “Museu de tudo”. Um dos poemas, “A Lição da Pintura”: Quadro nenhum está acabado, disse certo pintor; se pode sem fim continuá-lo, primeiro, ao além de outro quadro que, feito a partir de tal forma, tem na tela, oculta, uma porta que dá a um corredor que leva a outra e a muitas outras. Walter Hopps, curador estadunidense, costumava comparar a sua função com a de um regente de orquestra. Aqui, convocamos todos os músicos para se apresentarem. Em vez de uma partitura em comum, decidimos deixar que cada um fizesse sua própria sinfonia. O resultado é um som estrondoso, mas inclusivo. Não seria isso uma democracia?
Fernando Boppré | Curador