Paternalismo é tema de exposição coletiva inédita em Florianópolis

 


Artistas de oito estados brasileiros participam da mostra “Pater; sobre pertences vivos” que abre dia 9 de outubro na Fundação Cultural Badesc

Propondo uma reflexão crítica sobre o paternalismo como estrutura que atravessa relações íntimas, sociais e institucionais, a coletiva “Pater; sobre pertences vivos”, será aberta na quinta-feira, dia 9 de outubro, na Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis. Coordenada pelo artista visual Élcio Miazaki, a mostra, selecionada no Edital de Exposições 2025, abre a partir das 19h. A entrada é gratuita.

A instalação coletiva que combina vídeos, fotografias impressas, objetos, monotipias, desenhos e trabalhos sonoros vai ocupar o Espaço Fernando Beck. Os mais de 20 trabalhos são de 14 artistas que atuam nos estados do Pará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Inédita na Capital de Santa Catarina, a exposição que teve origem em São Paulo e já passou pelo Rio Grande do Sul, começou a ser desenvolvida em 2024 de forma independente, com curadoria orgânica entre os próprios artistas. Segundo Miazaki, muitos deles também atuam como professores, gestores de espaços autônomos e curadores.

Miazaki explica que a exposição procura lidar com o tema ‘paternalismo’, daí o nome ‘Pater’ da exposição, como uma redução do termo. “A ideia é apontar problemas relacionados à imagem do ‘homem’ que geralmente é cobrada pela sociedade. Mas, há também trabalhos que abordam outras questões como complemento a essa temática”, compartilha o artista.

Participam da mostra: Alexandre Sequeira (Belém/PA), Bruno Gold (São Paulo/SP), Bruno Romi (Santa Bárbara d’Oeste/SP), Camila Fialho (Porto Alegre/RS), Élcio Miazaki (São Paulo/SP), Gabriel Pessoto (Jundiaí/SP), João Paulo do Amaral (Belém/PA), Marcelo Amorim (Goiânia/GO), Masina Pinheiro & Gal Cipreste (Rio de Janeiro/RJ), Priscila Rampin (Batatais/SP), Ralph Gehre (Três Lagoas/MS), Vicente Lima (Ribeirão Preto/SP) e Willy Caldas (Eunápolis/BA).

Pater
A proposta curatorial da mostra parte da ideia de que o paternalismo, longe de ser superado, ainda opera como lógica de controle disfarçada de cuidado. As obras não apenas denunciam essa estrutura, mas também apontam caminhos de resistência e reinvenção, tanto que a mostra tensiona modelos normativos de masculinidade e autoridade, e abre espaço para vozes historicamente silenciadas: mulheres, pessoas não brancas, LGBTQIAP+, crianças e outras camadas historicamente silenciadas.

Miazaki, que vai expor pela primeira vez na Fundação, espera que as trocas de experiências sejam gratificantes. “Essa será minha primeira vez neste espaço que as pessoas dentro da área das artes falam muito bem. Quanto ao público visitante, espero que possamos fazer grandes trocas de experiências, sejá com outros artistas e profissionais, bem como estudantes e mesmo pessoas que não sejam da área”, comenta.

O único artista do grupo que já esteve na instituição é Alexandre Sequeira, ele foi curador da mostra “Topografias da imaginação”, resultado de residência artística realizada pela Fundação em 2022.

A exposição “Pater; sobre pertences vivos” poderá ser visitada até 26 de novembro na Fundação Cultural Badesc que fica na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, no Centro de Florianópolis. A visitação é gratuita e pode ser feita de segunda a sexta das 13h às 19h e aos sábados, das 10h às 16h.

Serviço: Abertura “Pater; sobre pertences vivos”
Data: 9 de outubro – quinta-feira, às 19h
Local: Espaço Fernando Beck na Fundação Cultural BADESC (Rua Visconde de Ouro Preto, 216 – Centro, Florianópolis/SC)
Visitação até 26 de novembro de 2025
Entrada Gratuita