Dos dias 25 a 29 de julho (segunda a sexta-feira) o Cineclube da Fundação Cultural Badesc apresenta a Mostra Primeiros Filmes que traz algumas produções de início de carreira de diretores conhecidos como Woody Allen e Martin Scorsese. A ideia é resgatar títulos que hoje são pouco lembrados e propiciar um novo olhar sobre a carreira dos diretores, à luz de suas obras iniciais.
“A maioria dos grandes diretores se torna conhecida a partir de um filme decisivo que lhe garante o reconhecimento da crítica e espectadores que acompanham sua trajetória a partir disso, mas por meio da Mostra queremos valorizar esta outra fase não menos importante ”, declara a co-curadora Clarice Dantas.
A Mostra inicia na segunda (25/07) com a exibição de “O Que Há, Tigresa?”, primeiro filme de Woody Allen, onde o diretor pegou as imagens de um filme japonês de espiões, dublando-as e remontando-as junto com cenas novas para criar uma trama completamente diferente. Na terça (26/07) é a vez de “Sinais de Vida”, do diretor alemão Werner Herzog, também reconhecido por sua produção de documentários, em cujo primeiro filme já aparecem características marcantes da cinematografia do diretor. O filme “O mensageiro trapalhão”, de Jerry Lewis, filmado as pressas, em quatro semanas intensas, será apresentado na quarta (27/07). Na quinta (28/07) será exibido Porto das caixas do diretor Paulo César Saraceni e para encerrar “The big Shave” e “Quem bate a minha porta?” de Martin Scorsese.
As sessões iniciam às 19h e a entrada é gratuita.
Sobre os filmes:
Segunda-feira 25/07
O Que Há, Tigresa? (EUA.1966.80min.)
Uma sequência de piadas, trocadilhos e reviravoltas na investigação do roubo de uma receita de salada de ovo.
Terça-feira 26/07
Sinais de Vida (Alemanha. 1968.86 min)
Nas narrativas de Werner Herzog é recorrente a figura de um personagem cujo isolamento físico intensifica o isolamento mental. É o que acontece com o soldado Stroszek em “Sinais de Vida”, que decai em direção à loucura influenciado pelo ambiente remoto de uma ilha.
Quarta-feira 27/07
O mensageiro trapalhão (EUA.1961.72 min)
Filmado às pressas, em quatro semanas intensas, e traduzindo um roteiro de 165 páginas em 71 minutos de filme, O mensageiro trapalhão mostra uma precisão e uma concisão raras na obra de Jerry Lewis. Em lugar dos grandes dispositivos dos filmes seguintes (como a casa de bonecas em O terror das mulheres), o filme depura seu movimento para manter somente o essencial.
Quinta 28/07
Porto das caixas (Brasil.1962.75 min)
Talvez a mais atípica das obras do que depois veio a chamar-se Cinema Novo, de seu mais atípico diretor, Paulo César Saraceni. É um filme noir, não transposto para a zona ferroviária fluminense, mas vindo dalí. Não há discurso social, nem distanciamento crítico, mas uma vontade muito grande de compreender.
Sexta 29/07
The big Shave (EUA.1968.6 min)
Ao fazer a barba, um jovem se corta. Bastante.
Quem bate a minha porta? (EUA.1967. 90 min)
Neste primeiro filme de Martin Scorsese, o essencial do diretor já está todo lá: a amizade masculina, a violência latente do bairro, a idealização da mulher, a culpa, e, sobretudo, o pecado original.