A COR NA GRAVURA EM METAL
LU PÍRES
ESPAÇO FERNANDO BECK | 10 DE OUTUBRO A 16 DE NOVEMBRO DE 2007
APRESENTAÇÃO
Exposição A cor na gravura em metal, de Lú Pires. Na grafoteca em exibição neste espaço, lemos um tipo de escritura vital que remete ao mais longínquo ontem e ao mais longínquo amanhã.
“Gravuras para ler”, uma vez que grafo significa ao mesmo tempo escrever e inscrever: nelas passamos dos traços primordiais aos traços finais da existência, no que esta tem de mais sublime e estranho.
Mas o que há de peculiar nessas duas dezenas de “gravuras em metal para ler” são suas intensas cores, aliadas a seus intensos gestos.
Eis por que A COR NA GRAVURA EM METAL.
As variações cromáticas gravadas em ponta seca abrem um leque de possibilidades aos sentidos de quem as mira e estas são reescritas ou reinscritas pelo espectador, na medida em que cada nova leitura reconstrói os grafos iniciais.
Não há referencialidade, não há representação neste conjunto de gravuras, o que não significa a ausência de sentido compositivo nem de sugestão, ao contrário, pois em seus enquadramentos sutis de traços e cores, o movimento e a luminosidade são elementos manifestos: a luz, o vento, a sensação de abertura para a tradução do intraduzível.
São sensações, são sopros de vida capazes de criar suas próprias realidades em função da força, da cor, do movimento e do silêncio de seus dizeres.
Joca Wolff