JOVENS ARTISTAS: ARTE CONTEMPORÂNEA EM SANTA CATARINA
DOS DESVIOS E DO DESVER
FRAN FAVERO, GABI BRESOLA, GIOVANA WERUTSKY, JOANA AMARANTE, JOÃO LAZARO, JONATHAN HOLDORF, LETÍCIA RECH, MANUELA VALLS, MARIA LUIZA SUMIENSKI, MARIANA BERTA, PATRÍCIA GALELLI, PRISCILA COSTA OLIVEIRA, RACHEL LIMA, RAFAEL NUNES, RICARDO SOMMER, RODRIGO BORN E SEBASTIÃO G. BRANCO, ANA MONARI E DIANA CHIODELLI, JAN M., ISADORA STÄHELIN, ANA GALLAS, LEANDRO SERPA, SARAH URIARTEE SUSANO CORREIA.
CURADORIA DE ALEXANDRE SEQUEIRA, GABRIELA CAETANO D’AMOREIRA, LUCILA HORN E RAQUEL STOLF.
ESPAÇO FERNANDO BECK | 12 DE ABRIL A 11 DE MAIO DE 2018
A exposição, resultado de projeto contemplado pelo prêmio Elisabete Anderle 2017, reúne obras de 26 artistas de até 35 anos que atuam no cenário da arte contemporânea no Estado, com o objetivo de ampliar a inserção de artistas jovens no sistema e nos espaços culturais catarinenses, nacionais e internacionais. Instalação virtual, impressão gráfica, fotografia, fotomontagem, colagem, objeto artístico, pintura em óleo sobre tela, aquarela, nanquim, gravura, performance/instalação, vídeo, livro de artista e bordado integram a mostra, que também passa pelas cidades de Joinville, Lages e Chapecó.
* Título completo da obra de Joana Amarante: 1.Não dormi, 2.Sonhei com dragões, tormentas, voos rasantes e dragões, 3.Sonhei com tanques de guerra, bares e mensagens cifradas, 4.Sonhei com viagens, atrasos e dias retirados do calendário, 5.Sonhei comigo, 6.Sonhei que me perdia de novo no meio de mulheres monstros, 7.Voltei a sonhar com dragões, 2017. Fotografia, 33x33cm cada.
** Título completo da obra de Patrícia Galelli: Um livro é uma carne falsa I – um livro é uma carne falsa, Um livro é uma carne falsa II – motor de desenhar escrita, Um livro é uma carne falsa III – leitor de vitrine, 2018. Nanquim sobre papel vegetal e liquid paper, 29,7x21cm.
APRESENTAÇÃO
Exposição Jovens Artistas: Arte Contemporânea em Santa Catarina | dos desvios e do desver. Exposição Jovens Artistas: Arte Contemporânea em Santa Catarina | dos desvios e do desver. Pois minha imaginação não tem estrada.
E eu não gosto mesmo da estrada. Gosto do desvio e do desver.
Manoel de Barros A exposição apresenta trabalhos que atravessam contextos heterogêneos, que estremecem questões e flexões. O que resta, o que rastreia e o que incide, o que se apaga e se acende, quase ao mesmo tempo. O que (se) fisga e pulsa, das cidades, dos corpos, das falas e entre-falas, dos trajetos, dos jardins, das opacidades, dos intervalos, das tentativas, dos vultos e dos mapas. Entre desver e desvios, estremece alguma procura, alguma escuta e inflexão.
Dos desvios e do desver é uma exposição que permite um encontro de muitos temas e reflexões. Do jogo político atual, das questões de gênero, da sempre atual relação entre texto e imagem, dos assuntos da cidade, de outras flexões e psicologias existentes em nossa sociedade. De tudo aquilo que é atual e vivo. Como uma possibilidade de o público perceber suas próprias inquietações e de estar em um espaço para se (re)pensar o momento atual que vivemos. Seja através dos desvios que a imagem oferece, ou do desver de tudo aquilo que já é visto.
Uma das buscas constantes de todo(a) artista está em tatear em torno de uma intenção de (re)significar o mundo. Cabe o desafio de vislumbrar e articular uma gama de gestos que, quando reunidos, apresentam entre si diferenças capazes de nos libertar do senso comum da representação a qual, por vezes, estamos submetidos. Desse modo, assim que a imagem se revela e se confirma como ela própria, nos fornece de maneira irrecusável a feição e os contornos de um universo de sentidos.
No contexto dos desvios e do desver é concebível a arte como posicionamento político, questionadora de valores pré-estabelecidos. Dimensão assumida não na concepção de uma “arte engajada” como a dos anos 1960, mas como uma atitude poética necessária no momento recente. Postura que, na jovem arte contemporânea catarinense constitui-se como resistência aos poderes e padrões instituídos e/ou nos processos de encontro com o outro e consigo mesmo.
Alexandre Sequeira, Gabriela Caetano D’Amoreira, Lucila Horn e Raquel Stolf | Curadoria