METAMÓRFICAS
JAVIER DI BENEDICTIS
CURADORIA DE ROSÂNGELA CHEREM
ESPAÇO FERNANDO BECK | 27 DE NOVEMBRO DE 2014 A 16 DE JANEIRO DE 2015
Vídeos e fotogramas instigam a percepção por meio de pequenas unidades fílmicas que foram organizadas em folhas de impressão e sofreram intervenções plásticas, sendo digitalizadas logo em seguida e recompostas em sequência. No processo semelhante ao found footage, conhecido em português como filme perdido, o artista fez referência à metamorfose, conceituando algo que foi extraviado sendo alterado posteriormente. Formada por dois ambientes – um de vídeos e outro de fotogramas – a exposição exigiu imaginação e memória do observador. As imagens foram divididas em três grupos – Introspecção/Extrospecção, Estudos para Sarles e Bosque, Praia, Dança. O artista, designer de imagem e som pela Universidade de Buenos Aires, onde nasceu, interessa-se principalmente por técnicas e tecnologias mistas. Trabalha com produções experimentais em territórios híbridos, onde entram em convivência elementos e linguagens de diferentes áreas.
APRESENTAÇÃO
Os trabalhos de Javier Di Benedictis (Buenos Aires, 1985) demandam imaginação e memória, devolvendo às imagens sua condição de mistério e distância. Nesta exposição sua obra é dada a ver através de dois ambientes: num deles, comparecem os próprios vídeos e, em outro, destacam-se alguns de seus fotogramas. Estas pequenas unidades fílmicas são organizadas em folhas para impressão e sofrem uma série de intervenções plásticas, para logo em seguida serem digitalizadas e recompostas em novas sequências de vídeo.
Em termos de fatura, trata-se de projeções, cujos vídeos remetem à fotografia analógica (onde a luz das imagens capturadas e congeladas não cobre e nem descobre, apenas vela), enquanto os fotogramas remetem à pintura através de um processo de intervenção manual, potencializada pelas cores fluorescentes do rosa, verde, amarelo e assim por diante, obtidas com pigmentos e solventes. Recusando aquilo que se poderia chamar de cromofobia, sensibilidade que se ampara na brancura e no asséptico, o artista reivindica a atualidade multicolorida dos neons e das tonalidades digitais, porém, autonomizando a cor em relação às formas. Assim, ambos permitem considerar algo que foi extraviado e em seguida alterado e profanado, sobrevivendo através de algum tipo de metamorfose. Instala-se um artifício que perturba a realidade através de uma espécie de pestanejar, causando um tipo de ofuscamento ou miragem produzida pelo excesso colorante que faz resplandecer a superfície numa gloriosa dança de luzes.
Rosângela Cherem | Curadora
Exposição Metamórficas, de Javier Di Benedictis.
MEMÓRIA EM 4 TEMPOS APRESENTA METAMÓRFICAS
Este mini documentário, dirigido por Eneléo Alcides, integra o projeto Memória em 4 Tempos que registra pensamento, projetos e processos criativos de artistas selecionados para expor na Fundação Cultural Badesc.