NÃO HÁ MAIS PALAVRA, de Murilo Leal

NÃO HÁ MAIS PALAVRA 

MURILO LEAL

CURADORIA MARCELLO CARPES.

ESPAÇO PAULO GAIAD | DE 09 DE MAIO A 20 DE JUNHO

O dia foi se passando, os vazios que estavam surgindo
começaram a conversar comigo, sem palavras, com
ausências. Fui enfeitiçado por aquilo que um dia já foi
bloco maciço, aquilo que já foi presença de distintos
tempos e espaços. O impulso de ausências foi sendo
entremeado, até que os lados do todo
comunicaram-se em um movimento volúvel do olhar,
bordas e tangências do material e imaterial
traduziam-se em ânsias de algo vivo. 

[me faltam palavras, deitei ausente.]

[          ]

[você consegue deslumbrar-me agora?]

Lembrei de Carlos Drummond de Andrade e de um conto em que um bibliófilo
depara-se com todo conhecimento do mundo em um único livro em branco,
joga fora toda sua biblioteca a fim de preservar o livro que importava, o das
páginas vazias. Pensei que seja nas ausências que percebemos o que realmente
interessa, e pelo que vale a pena viver, será que a existência de tal livro poderia
ser um relicário de composições futuras? Ausências em seu derradeiro instante
contém seus presentes, seus passados de presença e ensejos de futuros, somos
um pouco assim também, eu sou assim também… 

[parece que estou falando sozinho, você ainda está aqui?]

Marcello Carpes e Murilo Leal

 

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