PARAGENS
MANUELA COSTALIMA
ESPAÇO 2 | DE 02 DE JULHO A 31 DE JULHO DE 2015
A artista paulistana tem no caminhar o ponto de partida de grande parte de seus trabalhos. E foi no caminhar pela orla de Florianópolis que ela coletou pedras que formaram o conjunto de Paragens. As pedras foram gravadas com as coordenadas dos lugares de onde foram tiradas. Junto às pedras dispostas no chão foi instalado o Geopantone, uma escala de cores obtidas por imagens do Google Street View. Nesse caminho virtual pelo computador o olhar se concentra na linha do horizonte, lugar de repouso, paragem do olhar. A partir de aproximações máximas dessas imagens obtêm-se os planos de cor que compõe a sequência. Manuela CostaLima artista visual formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, onde vive e trabalha.
APRESENTAÇÃO
Exposição Paragens, de Manuela CostaLima. Exposição Paragens, de Manuela CostaLima.
Para alguns artistas, a criação acontece durante percursos em paisagens distantes, cidades ou mesmo em suas próprias casas. É na cidade e a partir dela, que Manuela CostaLima constrói ações, histórias, imagens. Suas intervenções revelam as características do espaço como um lugar de encontros e afetos, de símbolos e coletividade. O cotidiano é sua fonte e ao caminhar a artista reage a automatismos em uma busca por situações que marquem sua experiência e a façam manter um olhar estrangeiro. Seu corpo afeta o mundo e é por ele afetado. Em seus percursos a artista joga com as tensões sociais e culturais, ressignifica espaços e reforça a importância da poesia.
Paragens, título dado a esta exposição, remete à ideia de parada, ao ato de deter-se. Mas também traz outro significado: de locais do mar propícios à navegação. Em suas obras, a artista traça percursos pela orla de Florianópolis e os contrapõe à caminhadas virtuais no mesmo lugar pelo Google street view.
Em Geopantone II: Florianópolis – Florianópolis, ela completa uma volta pela
ilha a partir da tela do seu computador. No percurso, captura cenas, que são ampliadas na região da linha do horizonte até se tornarem planos únicos de cor. Já em Paragens, a artista coleta pedras encontradas durante suas caminhadas em torno da ilha. Nelas inscreve as coordenadas do local de onde foram tiradas e as transporta para o espaço expositivo.
Em conjunto, os trabalhos mapeiam os percursos e os pontos onde a artista se deteve por alguns instantes. Apresentam registros de encontros fortuitos, que tornam visível uma reconstrução afetiva da caminhada, mas o percurso em si permanece invisível. Registros que ressaltam pontos do ambiente que adquirem memória, distinguindo-se dos demais.
Isabella Lenzi
MEMÓRIA EM 4 TEMPOS APRESENTA PARAGENS
Este mini documentário, dirigido por Eneléo Alcides, integra o projeto Memória em 4 Tempos que registra pensamento, projetos e processos criativos de artistas selecionados para expor na Fundação Cultural Badesc.