TRANSMUDAR
ADRIANE KIRST
ESPAÇO FERNANDO BECK | DE 01 DE JUNHO A 20 DE JULHO
A impermanência da vida é algo que a torna bela.
Tudo passa.
Os bons, os maus e aqueles que não sentimos nada.
Os dias, os acontecimentos, todos os seres e até
os objetos, embora alguns insistam em durar mais
que outros.
Na constância impossível de parar, de voltar atrás.
Vai acumulando, marcando, fazendo buracos, que
em parte podem ser tapados, mas que estão ali pulsando
de algum forma.
Sim, isso é muito bonito também. São acessíveis os
recomeços, as regenerações, as transformações.
Quantas vezes um bebê se levanta enquanto aprende
a andar, quantas vezes uma casa é pintada, quantas
vezes uma gripe é curada.
Sair de um lado e ir para outro.
Mudar de lugar, de estado físico, mental, espiritual.
Pegar algo que deu errado e ressignificar percebendo
a graça.
Trocar de casca dói, mas na outra ponta tem o conforto
em um outro corpo mais potente.
É possível amar o inevitável, a fatalidade, o acidente.
Aceitar aquilo que é necessário nos ciclos da vida
e assim reconhecer e querer as alegrias.
É por inteiro.