A Fundação Cultural Badesc abre na quinta-feira, 22 de outubro, às 19h , no Espaço 2, as exposições Extremos, de Tereza Bossler e Escrito, de Maíra Dietrich. Os trabalhos ficarão abertos à visitação pública até o dia 20 de novembro.
Em Extremos, por meio de para-brisas quebrados, Tereza busca fazer com que as pessoas questionem-se quanto ao ritmo com que levam suas vidas, em que muitas vezes a pressa de ir e vir pode não ter significado algum. A ideia do projeto inédito surgiu quando achou um para-brisa quebrado no mato na beira da ciclovia que circula diariamente. “Achei interessante ver o vidro quebrado em contato com a natureza e veio ao encontro do momento em que eu precisava fazer para a minha faculdade, uma obra de arte na disciplina de pintura. Como eu não queria usar tinta e tela, passei para o tridimensional, em que a cor estaria no próprio material, no caso, o vidro com tonalidades de verde”.
Na exposição Escrito, Maíra Dietrich fará desenhos diretamente sobre as paredes da Fundação, compondo planos que se sobrepõem e remetem ao “desaparecimento” de uma página. “O trabalho será desenhado nos três dias que antecedem a abertura, e como será feito diretamente sobre a parede, será destruído ao fim da exposição”, comenta a artista.
De acordo com Maíra o projeto surgiu por meio de uma pesquisa que realiza há algum tempo buscando traduzir questões do pensamento gráfico para o espaço, como no uso de camadas e seus vazados e uma simbiose entre o desenho e a escrita. “A instalação pretende trazer questões do desenho e da escrita, se compondo como planos de embate, construindo uma pulsão tridimensional no bidimensional. Gostaria de provocar um olhar ao gesto repetitivo de um desenho que vira um plano sobre a parede, na força dessa repetição e desse gesto construtivo e destrutivo ao mesmo tempo”.
As artistas
Tereza Bossler mora em Curitiba e está no 4º ano da faculdade de artes (UFPR). As exposições dela ocorrem dentro do circuito universitário, onde atualmente está participando do CUBIC (Circuito Universitário da Bienal de Curitiba).
Maíra Dietrich é formada em Artes Plásticas pela UDESC, trabalha com artes gráficas, escrita, desenho e publicação. Interessa¬se pela desconstrução da linguagem e da técnica no trabalho de arte, pensando trabalhos que provoquem os meios nos quais são feitos: livro sem começo nem fim, gravura única, desenho que é texto, texto que se rasga. Coordena desde 2012 o selo editorial a Missão.