O TAO FEMININO
RODRIGO CUNHA
CURADORIA DE ANTÔNIO FASANARO E FABRÍCIO TOMAZI PEIXOTO
ESPAÇO PAULO GAIAD | 28 DE MARÇO A 27 DE ABRIL DE 2019
A exposição apresenta um recorte sobre o tema do universo feminino retratando personagens que têm origem nos relacionamentos do artista, nas suas contemplações de adolescente e no convívio com as mulheres de sua família. Há também referências das mulheres retratadas pelos pintores que ele aprecia. A curadoria selecionou 19 pinturas realizadas entre 2002 e 2019, pertencentes a coleções particulares. Rodrigo Cunha é graduado em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Vive e trabalha em Florianópolis.
APRESENTAÇÃO
Interior com Mulher no Sofá, 2007. Óleo sobre tela, coleção particular. Rodrigo Cunha vem de uma safra de artistas formados pelo curso de Artes Plásticas da UDESC no final dos anos 90. Após mais de uma década de atividades, sua obra com reconhecimento e carreira estabelecida, volta à Fundação Cultural Badesc na mostra “O Tao Feminino”.
Este retorno traz a oportunidade para apreciar 19 telas, recorte da sua poética sobre o universo feminino, de 2001 a 2019. Uma amostra da maturidade de suas pinturas, que reflete a densidade psicológica do artista, aprofundada pelo seu interesse pela literatura, suas viagens e reflexões acerca do indivíduo contemporâneo.
Cunha cria, com sensibilidade, personagens que têm origem em seus relacionamentos, em suas contemplações de adolescente e no convívio com as mulheres de sua família. Mas há também as referências das mulheres retratadas pelos pintores que ele aprecia e outras captadas por seu olhar atento.
Num primeiro momento, os personagens masculinos de olhar distante, solitários, pareciam ocupar um lugar de destaque em sua produção, porém diante de uma revisão iconográfica, percebeu-se que as mulheres acompanham os diferentes momentos pelos quais essa obra passou.
Talvez períodos muito curtos para ser definidos como fases, mas que de alguma forma evidenciam passagens, seja pela mudança de paleta, composição, ambientação, detalhamento do mobiliário, aprimoramento de questões de anatomia e vestimentas; algo perceptível em suas criações.
No pequeno ambiente do atelier do artista, local embrionário de suas criações, um espaço intenso de trabalho, de poucas obras em andamento, Cunha pode conceber, em estado de concentração máxima, esse lugar da existência feminina, que para o artista se manifestaria no Tao, algo completo, que não requer acréscimo.
Antônio Fasanaro e Fabrício Tomazi Peixoto | Curadoria