Fundação Cultural Badesc abre Memórias Migratórias dia 3 de setembro

A artista alemã Pauline Zenk compartilha com o público a partir das 19h do dia 3 de setembro, no Espaço Fernando Beck, da Fundação Cultural Badesc, a exposição Memórias Migratórias. O trabalho inédito foi selecionado pelo edital 2015 da Fundação e resgata por meio de desenhos, intervenções sobre fotografias e pinturas sobre tela, os imigrantes que chegaram ao Brasil no século passado.

“Durante a minha pesquisa de fotografia antigas (do período 1880 – 1960), em São Paulo, encontrei um livro de segunda mão e dele  caiu uma fotografia de um homem em um vale de neve em frente de casas com escrituras em alemão. Essa fotografia me intrigou e comecei imaginar muitas das histórias que amigos e conhecidos de Santa Catarina me contaram. Imaginei a vida desse homem, me perguntei se ele jamais viajou como imigrante pra Brasil, ou foi simplesmente o parente de alguém que se instalou aqui. Talvez ele foi o tio, o pai, o namorado de alguém que há décadas  morreu na outra parte do mundo, guardando a fotografia como lembrança de seus parentes distantes. E assim começou o projeto da Memória Migratória”, conta Pauline.

Para a realização do trabalho a artista buscou materiais em fotografias encontradas em mercados, arquivos fotográficos, museus e em coleções privadas.  Ela teve acesso a mais de 100 fotografias de famílias imigrantes, muitas delas de Santa Catarina. “Eu imaginei a vida dessas pessoas que chegaram no Brasil naquela época onde não existia internet, transporte barato o comunicação fácil entre dois continentes.Foi com essa compreensão, da criação de novas vidas e novas perspectivas no Brasil, que eu desenhei, interpretei e modifiquei as fotografias. O que eu quero fazer com as interpretações em desenhos é ressaltar o que está dentro de uma fotografia mas é invisível ao primeiro olhar. Quero ressaltar o que eu vejo neles, o medo nos olhos de uma mulher italiana, com um bebê no colo, que recém chegou desembarcando um barco em São Paulo, a coragem, a vontade de criar algo novo e a energia de mudar as coisas”.

Memórias Migratórias fica aberta ao público até o dia 9 de outubro. A entrada é gratuita.

 

As obras

A exposição é formada por mais de 40 obras, que lidam com os conceitos de identidade, pertencimento, diversidade, integração, cultura e memória. A maior parte da exposição são  pequenos desenhos e aquarelas realísticas e surrealísticas, que é uma técnica, que não recebeu muita atenção nos últimos anos, e se destaca por essa singularidade no tempo.

Memórias Migratórias tem curadoria de Luciano Cortaruas e textos de Fernando Albalustro. “Fico muito feliz em poder expor esses trabalhos na capital de Santa Catarina onde há grande imigração européia”, declara a artista que também experimentou o choque cultural em diferentes lugares do mundo em que viveu.

 

Sobre a artista

Pauline Zenk estudou artes visuais na Alemanha, Espanha e Países Baixos e se graduou em História.  Ela se formou na academia de arte Muthesius em Kiel, Alemanha e ganhou uma bolsa para estudar na academia Rietveld em Amsterdam, Holanda. Morou no Brasil entre 2012 a 2014, depois de uma residência artística em Estúdio Lâmina em São Paulo e agora vive e trabalha na França.

 

Serviço:

O quê: abertura da exposição Memórias Migratórias, de Pauline Zenk

Quando: 3 de setemnro, quinta-feira

Horário: 19h

Visitação: até 9 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 12 às 19h.

Onde: Fundação Cultural Badesc – Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis – Fone 3224-8846

Quanto: gratuito