Feminismos, Negritudes, Educação e Versos. Organizada por Cássia Sant’Anna, Gabriela Jacinto Barbosa e Mariana Demetruk Marchioro, a publicação conta com a participação de 17 autores.
Autores participantes: Adrilena Aguiar, Ângela Duarte de Souza, Cássia Sant’ Anna, Edmo de Souza Cidade de Jesus, Emily Lanzarin Maciel, Gabriela Jacinto Barbosa, Glauce Daniele Carrazzoni, Helena Sanseverino Dillenburg, Ingrid Carrazzoni, Júlia Steffen, Luíza de Moura e Cunha Fonseca, Mariana Demetruk Marchioro, Marilia Bueno de Oliveira, Mario Davi Barbosa, Priscila de Mello, Renata Paupitz e Vanilda Honória dos Santos.
O evento, com entrada gratuita, acontece na quinta-feira, dia 21 de dezembro a partir das 19h.
Prefácio
Eu existo porque alguém antes de nós resistiu.
(Dona Dijé)
Na primeira parte Vozes poéticas e contos abre a roda de compartilhamento de múltiplas vozes com Gabriela Jacinto Barbosa no poema As grades e Ela e segue o movimento poético convidando as demais autoras e autores a partir de Centro e Periferia. Priscilla de Mello segue nos provocando com Os fatos do amor não estão na Petição, no qual faz uma reflexão poética sobre o amor e também sobre frequente dureza e objetividade presente na advocacia. Emily Lanzarin Maciel traz uma crítica poética que é um convite à reflexão sobre a violência patriarcal que sempre exige mais e
mais das mulheres em Seja responsável eles dizem. Mariana Demetruk Marchioro abrilhanta o nosso coro, força e luta para viver e resistir. Com ela, somos vós, coral, somos vozes.
Ainda na roda poética, Marilia Bueno de Oliveira em Tela em branco, nos incentiva a refletir sobre nossas subjetividades, e entre tantas outras coisas, a contemplar o belo e nos sentirmos bem em seu segundo poema Estou me sentindo bem. Glauce Daniele Carrazzoni e Ingrid Carrazzoni também problematizam a violência por meio da história de uma mulher que sonhou e voltou a sorrir em O mundo cor de rosa. E para fechar esta roda, o tema da invisibilidade é destacado por Adrilena Aguiar em Estrangeira, cuja escrita nos convida a pensar sobre transformar dor em criação.
A segunda parte da obra é intitulada Vozes Negras e quem segue o movimento é Cássia Sant’Anna, com uma importante contribuição para romper com o apagamento e a invisibilização da história afrodiaspórica no Brasil, no texto O Haiti não é aqui: entre a imigração e a sub-cidadania dos imigrantes negros em Joinville/SC. Eu contribui com o texto Minha História Ancestral: uma jornada africana, no qual trago um pouca da
minha ancestralidade africana tendo como ponto de partida o teste de ancestralidade genética, que permitiu redescobrir as regiões e povos entre os quais viveram meus ancestrais. É uma história individual e também coletiva.
Ainda na roda das Vozes Negras, Edmo de Souza Cidade de Jesus apresenta uma abordagem muito necessária no campo das ciências jurídicas com o texto Do coronelismo branco ao patrimonialismo racial: privilégios raciais na configuração do poder político municipal brasileiro. As vozes negras não podem ser mais apagadas das ciências jurídicas, e mais especificamente da História do Direito. Nesse sentido, Mário Davi Barbosa é protagonista em trilhar este caminho histórico-jurídico em Jurisdição privada, violências domésticas e poder patriarcal no Brasil oitocentista.
A terceira parte da obra é dedicada às Vozes na Educação. Uma Educação em sentido amplo, que seja libertadora das correntes mentais. Gabriela Jacinto Barbosa abre caminho acompanhada de Carolina Maria de Jesus e Paulo Freire para um polidiálogo em Um encontro de vozes potentes: Carolina Maria de Jesus e Paulo Freire nas criações de mecanismos para resistir. Ângela Duarte de Souza apresenta sua pesquisa
sobre uma questão muito atual, a militarização da educação no Brasil, no texto Militarização da Educação em Goiás: “Era como se fosse uma escola, porém também é um quartel”.
A quarta parte traz um mosaico de Vozes Feministas para fechar a roda de conexões. A artista visual e designer Júlia Steffen continua o caminho com vozes e cores de forma crítica e impressiona com o texto e imagens Colonialismo e exploração: como a cultura pop ajudou a lavar sangue das mãos da Rainha Britânica. Uma abordagem crítica acerca da visão de neutralidade e universalidade presente no Direito de Família e sucessões na perspectiva feminista é destacada por Helena Sanseverino Dillenburg em Ensaio sobre a leitura feminista do Direito de Família e Sucessões. Renata Paupitz faz uma leitura da condição feminina a partir da obra do filósofo franco-argelino Albert Camus no texto Apreciação da condição feminina nos contos “a mulher adúltera” e “Jonas ou o artista no trabalho”, de Camus, a partir da relação existencialismo/metáfora. O abandono afetivo familiar é o tema da discussão proposta por Luíza de Moura e Cunha Fonseca em Abandono afetivo familiar: as vulnerabilidades das mulheres, crianças e adolescentes.
Vanilda Honória dos Santos
Outono de 2023
Serviço:
Data: 21 de dezembro – quinta-feira
Horário: 19h
Local: Fundação Cultural BADESC (Rua Visconde de Ouro Preto, 216 – Centro Florianópolis/SC)
Entrada gratuita