IMPOSSIBILIAS: ARQUIVO E MEMÓRIA EM PAULO GAIAD

Cicatrizes 4 (Carne)

IMPOSSIBILIAS: ARQUIVO E MEMÓRIA EM PAULO GAIAD

PAULO GAIAD

CURADORIA DE ROSÂNGELA CHEREM

TODOS OS ESPAÇOS | DE 26 DE NOVEMBRO DE 2015 A 26 DE FEVEREIRO DE 2016

A exposição traz um consistente recorte da trajetória do artista, desde o início de sua carreira, nos anos 80, até trabalhos mais recentes. Foi a primeira vez que uma exposição ocupou todos os espaços do Casarão da Fundação Cultural Badesc. O conjunto da obra de Paulo Gaiad se caracteriza por um fluxo em que a imagem e a linguagem se rebatem por meio de certas lembranças e apagamentos que acabam por explicitar diferentes gradações de sua subjetividade. Não há aqui séries completas, mas casos exemplares, em que é possível observar três temas reincidentes: carne (materialidade corporal), passagem (reflexão plástica sobre espaço, lugares, paisagens, viagens), cifra (pequenos segredos biográficos colhidos de diferentes universos e contingências). Importante destacar que muitas vezes estes temas estão embaralhados, disfarçados ou simplesmente recombinados. O fio que liga todos os blocos de Impossibilias, que teve curadoria de Rosângela Cherem, é uma figura de linguagem em que são articuladas duas proposições incompatíveis ou contraditórias, fazendo com que o insuspeito, o improvável e o inesperado se encontrem e produzam uma abertura para infinitas combinações. Paulo Gaiad nasceu em Piracicaba (SP), vive e trabalha em Florianópolis desde os anos de 1980.

Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Menino azul, Sobre lugares e gente pintura e fotografia s tela 140x140cm.
Menino azul, Sobre lugares e gente pintura e fotografia s tela 140x140cm.
A porta do inferno II, 2,00x1,40m.
A porta do inferno II, 2,00x1,40m.
Fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
Fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
3 fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60mFragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
3 fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60mFragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
Fragmentos, 6 placas, 0,36x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Fragmentos, 6 placas, 0,36x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m cada.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m cada.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
5b paraíso 4 placas gesso 0,76x0,76mParaíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
5b paraíso 4 placas gesso 0,76x0,76mParaíso, 4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Receptáculos da memória de Juan Peralta. Fonte: Paulo Gaiad.
Receptáculos da memória de Juan Peralta. Fonte: Paulo Gaiad.
De mãos e pés atados, 1,00x1,50m.
De mãos e pés atados, 1,00x1,50m.
Porta do paraíso, 3,00x1,60m.
Porta do paraíso, 3,00x1,60m.
Cruz de Corme, 1,20x1,50m.
Cruz de Corme, 1,20x1,50m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
O Céu de Delft, 2,00x1,40m.
O Céu de Delft, 2,00x1,40m.
Galícia, 7 peças, dimensões variadas.
Galícia, 7 peças, dimensões variadas.
Patagônia, 2,00x2,00m.
Patagônia, 2,00x2,00m.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
A porta do purgatório, 3,00x1,60m.
A porta do purgatório, 3,00x1,60m.
Atestado da loucura, 1,40x2,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
Atestado da loucura, 1,40x2,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m cada.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m cada.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
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Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
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Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
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Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.
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Menino azul, Sobre lugares e gente pintura e fotografia s tela 140x140cm.
Menino azul, Sobre lugares e gente pintura e fotografia s tela 140x140cm.
A porta do inferno II, 2,00x1,40m.
A porta do inferno II, 2,00x1,40m.
Fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
Fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
3 fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60mFragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
3 fragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60mFragmentos de um noturno, móvel 0,35x1,60m. Fonte: Paulo Gaiad.
Fragmentos, 6 placas, 0,36x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Fragmentos, 6 placas, 0,36x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m cada.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m cada.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso, 18 peças, 0,40x0,40m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Paraíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
5b paraíso 4 placas gesso 0,76x0,76mParaíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
5b paraíso 4 placas gesso 0,76x0,76mParaíso,  4 peças, 0,76x0,76m. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.
Receptáculos da memória de Juan Peralta. Fonte: Paulo Gaiad.
Receptáculos da memória de Juan Peralta. Fonte: Paulo Gaiad.
De mãos e pés atados, 1,00x1,50m.
De mãos e pés atados, 1,00x1,50m.
Porta do paraíso, 3,00x1,60m.
Porta do paraíso, 3,00x1,60m.
Cruz de Corme, 1,20x1,50m.
Cruz de Corme, 1,20x1,50m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
Estudos preparatórios, 0,80x1,00m.
O Céu de Delft, 2,00x1,40m.
O Céu de Delft, 2,00x1,40m.
Galícia, 7 peças, dimensões variadas.
Galícia, 7 peças, dimensões variadas.
Patagônia, 2,00x2,00m.
Patagônia, 2,00x2,00m.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
Memórias póstumas, 1,20x1,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
A porta do purgatório, 3,00x1,60m.
A porta do purgatório, 3,00x1,60m.
Atestado da loucura, 1,40x2,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
Atestado da loucura, 1,40x2,00m. Fonte: Paulo Gaiad.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m cada.
Purgatório, 20 peças, 0,33x0,50m cada.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
Atestado da loucura, 2,00x1,40m.
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APRESENTAÇÃO

Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad. Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad.

Os objetos, desenhos, colagens e pinturas que aqui comparecem (embaralhando traços e palavras, rasuras e enquadramentos, ajustes e disfarces, revelações e apagamentos), guardam vestígios do desmesurado e do inclassificável, confirmados tanto na fatura (nunca é simples delimitar o que é desenho, pintura, fotografia), como na temática (nunca é fácil definir o que é retrato, paisagem, cena, natureza morta).

Utilizando diversos materiais e procedimentos, combinando os registros do visual e do dizível a partir de certos eventos vividos, os mesmos adquirem uma consignação poética, com a qual o artista enfrenta o esquecimento e produz reverberações para outros trabalhos.

Conjugando o irreversível do passado e a intensidade do presente, não se trata de reunir as obras através de uma sequência cronológica ou evolutiva, mas de pensá-las como lances que fazem com que imagens e formas, inquietações e procedimentos vão e voltem, configurando-se por meio de três persistências: carne (materialidade corporal), passagem (reflexão plástica sobre espaço, lugares, paisagens, viagens), cifra (pequenos segredos biográficos colhidos em diferentes universos e contingências).

A noção de impossibilia (recurso da linguagem em que termos incompatíveis incidem sobre um mesmo pensamento) materializa-se em aglomerações díspares ou súbitas, justapostas ou sobrepostas que acabam por explicitar diferentes gradações do arsenal constantemente burilado e alterado.

Rosângela Cherem | Curadora

MAPA DAS SÉRIES

Memórias póstumas, 1,20x1,00m. Fonte: Paulo Gaiad. Memórias póstumas, 1,20×1,00m. Fonte: Paulo Gaiad.

RELATO DE UMA VIAGEM NÃO REALIZADA (1992 a 1993)

Em Relato de uma viagem não realizada, o artista apresenta duas séries. Uma se intitula Lençóis, instalação com quatro lençóis mais uma caixa com cartas, onde os tecidos são pintados como se fossem a superfície de uma tela e sobre os quais surgem fragmentos de uma carta. Concebido como seu primeiro texto-obra, cópias do texto foram disponibilizadas numa mala que compõe o trabalho. Seu conteúdo visual e narrativo conta a vida de um menino até tornar-se um velho, o qual, poucas horas antes de morrer, passa estes registros para um viajante. A outra série de intitula Correspondências póstumas e constitui-se numa colagem sobre 10 lençóis transformados pela tinta acrílica e seus efeitos de diluição sobre placas de aço. Trata-se de um jovem conversando com um velho já morto e acusando-o de ter transformado os lençóis em sua prisão, sendo que o material joga com o peso incomodo do espólio paterno.

A série Relato de uma viagem não realizada remete a confissões que se alimentam de dados biográficos ficcionalizados, em que o artista tanto pode ser reconhecido no menino que veio do interior como no pai velho e recluso em estado de suspensão-avaliação do vivido ou mesmo no jovem legatário. Igualmente é possível reconhecer desde uma poética sobre as diferentes etapas da vida até o ato de colecionar sonhos e dormir com eles. Os personagens dão a ver um íntimo que sempre escapa, sendo o narrador uma espécie de alegoria onde o esquecimento se cruza à adivinhação. Entre os sombreados da rememoração e da premeditação, destacam-se fios tênues e cifrados que relacionam vida e obra, sobrepondo o esquecimento daquilo que um dia foi à decifração daquilo que está para vir. Imagens renitentes e formas recorrentes se destacam: os rabiscos, as palavras, o menino e a vaca, os pais, as figuras do inferno e do céu. Nos contornos que afirmam e separam os traçados e as palavras, deslindam-se certos esquemas de corpos humanos e animais.

CICATRIZES (1998)

Trata-se de trabalhos de diferentes tamanhos, feitos ao longo de quatro meses. O processo de fatura consiste em pedaços de papel de rolo cortados, depois amarrados com fios metálicos, molhados e deixados secar até se transformarem em blocos maciços. Sendo o arame retirado, as formas são encadernadas com folhas de chumbo. Mantendo o interstício entre permanente e perecível, tendo o mole endurecido e ficado cheio de marcas e o duro se tornado uma cobertura envolvente e fina, o que se destaca não é a intenção de não fazer um livro de artista, mas o gesto de produzir objetos nascidos de cortes, marcas, prensagens. Enfim procedimentos capazes de revirar e adulterar a matéria até o limite de sua consumação para chegar à uma imagem desconhecida e forma perturbadora. Se é verdade que ali estão os registros da memória pessoal que guardam a filha morta em 78 e a casa incendiada no natal de 88, igualmente ali se configura um bloco potente o suficiente para alcançar aqueles que conheceram em alguma instância do seu corpo ou alma as marcas e coberturas que guardam um processo de cicatrização.

Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad. Cicatrizes. Fonte: Paulo Gaiad.

IMPRESSÕES (1999)

Abordando diversos lugares onde esteve, sintetizados numa única imagem, esta série consiste em cartões postais em tamanhos variados, onde também comparecem fragmentos de textos. Assim, palavra e imagem visual acabam sendo uma espécie de transbordamento ou resíduo do que foi vivido. As formas anteriores, tais como um arco, portal ou obelisco e as linhas do mar se misturam com novas formas, igualmente metamorfoseadas como um coração (imagem que persiste a partir de um balão em forma de coração, levado pelo vento que o artista recolhe num campo suíço em que passa com amigos) e o nome Isolde (vestígio mnemônico da amiga idosa que o recebe em Berlim). Atento às contingências do lugar, o artista usa uma intuição que captura e combina ficção e documento, acolhendo as contingencias que se materializam em telas na parede e escritos complementares em alemão, semelhantes a desenhos transbordando da pintura.

Receptáculos da memória de Juan Peralta. Fonte: Paulo Gaiad. Receptáculos da memória de Juan Peralta. Fonte: Paulo Gaiad.

RECEPTÁCULOS DA MEMÓRIA (2002)

A série começa com uma convocatória em que o artista envia uma correspondência através de e-mail pedindo a diversas pessoas que lhe remetam objetos que possam traduzi-las. Em troca mandaria para cada uma delas uma obra em placa de metal com um fragmento da carta que sua mãe, morta em 1984, lhe enviara. Transformando estas novas remessas em objetos artísticos, cujo teor fica guardado em caixas de ferro devidamente lacradas, lembra uma sorte de relicários profanos, combinação entre pequenos sarcófagos e vitrines, mais do que gabinetes de curiosidade ou boîtes en valise. Naqueles recepientes são colocados objetos dos remetentes com sentidos biográficos muito particulares, tal como tal como uma cartinha enviada ao Papai Noel, o chapéu do pai há pouco falecido, bolinhas de gude dos tempos de menino, uma história amorosa e fotografias de partes do corpo. A artista paulistana Bianca Tomie, envia uma colherinha de remédio; Nilza Procopiac entrega um livro de histórinhas e desenhos de sua infância; Rosana di Munno envia macarrão, temperos e um prato como parte das lembranças da comida materna; Mirian Schnaiderman, seu travesseiro de bebê; Ricardo Ribenboin, um texto sobre lagartixa; Tadeu Chiarelli, o primeiro presente do padrinho. Assim, apesar de preservar uma parte das memórias individuais, como objetos artísticos, aquelas caixas abrigam inúmeras camadas temporais, ao mesmo tempo, contendo e obliterando o vivido, mantendo e adquirindo novas significações. Ao incluir certos elementos que documentam um passado, o artista os preserva, mas o recipiente lacrado os mantêm indecifráveis e portadores de uma intimidade que jamais fica íntima, confirmando que aquilo que ali se encontra exposto pode ser olhado, mas não alcançado.

A DIVINA COMÉDIA (2003-2007)

A série referencia a obra de Dante Alighieri, na edição ilustrada por Gustave Doré, que faz parte das recorrências mnemônicas e afetivas da casa e da infância do artista. Os estudos preparatórios partem de fotos, cujas imagens são refotografadas a partir de um volume de Forbiden Erotica, editado pela Taschen, e de uma edição da revista Photo dos anos 70 sobre imagens da polícia judiciária francesa no pós-guerra, totalizando oito imagens para o ambiente do Inferno e oitenta para o Paraíso. Assim o artista procura dar corpo ao sensível, criando uma espessura para a imagem, sendo que não parte de uma apreensão fotográfica direta, mas de uma intervenção que implica interferências e alterações, fazendo com que o que é seja completamente diferente do que o que foi.

Em Inferno, surgem apropriações fotográficas sobre papel jornal com intervenções, enquadradas em caixas e envoltas em arame e cravejadas com pregos, potencializando imagens com cenas de guerra, situações de suplício e sadismo. Depois, em Paraíso, surgem imagens produzidas a partir de detalhes de um livro com fotografias eróticas tiradas no século XIX, coladas sobre chapas de gesso, em seguida quebradas e reparadas, lixadas e logo após retrabalhadas com efeitos de rasura e desgaste. Purgatório, último conjunto desta série, advém de uma coleção de fotografias pertencentes a uma família desconhecida e adquirida numa feirinha de antiguidades em Curitiba. Trabalhados sob fundo de papelão, impresssos em papel jornal, aqueles rostos que fitam sobriamente um suposto espectador, cobertos pelos véus do esquecimento, assinalam o lugar da experiência perdida e do irresarcível. Impossível alcançar o que olhavam aqueles olhos, mas também impossível ignorar a estranha fenda que interroga a ininteligível descontinuidade que reina entre os viventes.

Importante observar que o caráter compósito não passa só pela literatura e fotografia, como também pela assemblage e objet trouvé, acabando por ampliar a espessura da imagem, multiplicando as modulações entre aquilo que foi e aquilo que se tornou, o que ficou retido e as alterações persistentes, constituindo a dimensão do irreparável e configurando uma vigorosa carga erótica.

Atestado da loucura, 2,00x1,40m. Atestado da loucura, 2,00×1,40m.

ATESTADO DA LOUCURA NECESSÁRIA (2003 a 2008)

ou A vaca preta que pastava em frente da minha casa surge de uma convocatória realizada em 2003 (a primeira ocorreu em 2001 para a série Auto-retratos, a segunda em 2002 para a série Receptáculos da Memória), onde o artista pede às pessoas que mandem o que quiserem na forma de um pequeno texto com frases, sinais, palavras, símbolos para servir como parte de um texto único. Mas, travado e sem inspiracão para este novo lance que inventa, não consegue juntar todos os fragmentos e constituir uma espécie de hipertexto. Ocorre que no terreno em frente de seu ateliê, todos os dias via pela janela uma vaca que passava os dias ruminando pacífica e indiferente. Ao reconhecer a afinidade entre o animal silencioso e vazio e sua sensação de espera, deu início a uma espécie de inventário da sua vida através de um trabalho com fotografia e pintura sobre tela com texto baseado no Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdã. Além das palavras ao fundo e da articulação entre passado e presente, os desenhos são formas que retornam como síntese, figurando uma presença que permite ao artista escapar de si, contornando a loucura sem se deixar engolir por ela. Ficcionando um animal que vive as lides humanas, ao mesmo tempo em que observa ironicamente suas insânias, consegue não apenas reunir todas as pequenas narrativas que lhe foram enviadas, como também faz uma sequência fotográfica e, logo em seguida, realiza uma performance no Paço das Artes em São Paulo, onde fica doze dias escrevendo no chão, acompanhado pela foto do referido animal numa das paredes. Invertendo imageticamente a situação, pois é a vaca que observa o artista que rumina, o próprio texto é alçado a uma situação de pré- linguagem, uma vez que a escrita lhe permite não o simples rebatimento do código visual, mas a realização de um movimento em direção ao inesperado.

SOBRE LUGARES E GENTE (2004)

Concomitante à série A divina comédia, o artista realiza cerca de uma dezena de trabalhos onde aborda pessoa e lugares imaginados, através dos quais projeta, tal como num sonho em estado de vigília, seu desejo de estar naquelas companhias e de conviver naqueles lugares.

Menino azul, Sobre lugares e gente pintura e fotografia s tela 140x140cm. Menino azul, Sobre lugares e gente pintura e fotografia s tela 140x140cm.

ESTUDOS DE LUZ E SOMBRA (2007)

Trata-se de uma série de paisagens a partir de uma viagem que o artista fez a Holanda, sendo que através delas utiliza fotografias, postais, anotações de textos com fragmentos de viagens e outras lembranças. Ao incorporar outras temporalidades para além da biografia, referencia as pinturas de Rembrandt, Turner, Vermeer e Matisse, sendo que o peso do vapor e das nuvens, além da força invisível da luz, incide sobre um fundo que sempre volta, assinalando o inalcançável através do sfumato e do efeito de rasura e inacabamento. Em Céu de Delft apresenta duas telas, feitas a partir de fotografias tiradas pelo artista, onde as nuvens holandesas surgem tão próximas e familiares como as da Praia do Campeche.

De mãos e pés atados, 1,00x1,50m. De mãos e pés atados, 1,00×1,50m.

FRAGMENTOS DE UM NOTURNO (2008)

A série remete a uma sensação musical capturada no intervalo entre a situação ótica e a sonoridade de uma composição melancólica e vagarosa. Após a apresentação do amigo pianista, Alberto Heller, transforma as partituras originais que recebeu numa espécie de estranho e rasurado desenho, alterando sua condição musical através do pensamento plástico. Assim, refaz o gesto de apropriação de algo que é do outro, mas que se combina com suas inquietações, compondo uma espécie de sinfonia imagética. Reutilizando placas de aço com fotos que foram enviadas para uma residência artística em Barcelona, colou-as sobre pastas de papelão que também estavam presentes na série do Purgatório, guardando nas partituras fragmentadas e nas notas perfuradas, a lembrança triste e suave, secreta e solene da mãe que tocava piano. Tomando a coisa por onde ela não está, realiza um falso movimento que se alonga e subtrai como inflexão e profundidade do indescidível que não quer ser nem a palavra nem som, mas apenas imagem que guarda sensações.

Fragmentos, 6 placas, 0,36x0,50m. Fonte: Paulo Gaiad. Fragmentos, 6 placas, 0,36×0,50m. Fonte: Paulo Gaiad.

O DESENHO DAS SOMBRAS (2009)

Trata-se de um conjunto de cenas onde reincidem dados cifrados da memória e do modo do artista observar o mundo. Segundo afirma, advém de um processo de maturidade em que as docilidades são transformadas em rebeldia e os ressentimentos em afetos. A série é formada por sete trabalhos feitos em caixas de madeira, mais quatro caixas de aço, em cujo interior se desenrola uma dramaturgia com fotos tiradas de internet e refotografadas ou desenhos apropriados de outros trabalhos, seus ou alheios. Sua fatura consiste num modo de desenhar formas e movimentos através de roupas de fantoches, sendo que os mesmos possuem os rostos, mãos e pés modelados em argila e são posteriormente pintados e vestidos com túnicas de tecido ligeiramente retorcido, possuindo expressões faciais bastante singulares, mas não individualizadas. Nem pintura e nem escultura, estes seres comparecem como desenhos que adquirem vida ou sombras que se emancipam de sua condição chapada e escura, travestindo-se e mascarando-se num movimento onde desempenham um papel no enredo a que pertencem.

O ponto de partida é uma cena da infância, onde o artista com cerca de 12 anos, copia um óleo sobre tela, medindo o tamanho aproximado de uma folha A3 e cujo tema são esqueletos que disputam um enforcado. Trata-se do fascínio de uma criança a partir da demanda de um primo já adulto que solicita um quadro p/ o novo apartamento. Uma vidente comenta com este adulto que o trabalho era uma figuração da morte, razão pela qual acaba queimado. Fica a memória, mesmo após o dramático assassinato do primo, terreno fértil associado ao tema do quadro. Além das lembranças do vivido, estão também associados fatos de noticiário policial, episódios cotidianos ou relatados. Há episódios biográficos associados às injustiças sociais e ao peso da religião: críticas às pregações e mentiras da Igreja. Incidem sentimentos de um incrédulo ou descrente que recusa às ilusões religiosas e que observa os comportamentos humanos com senso crítico. Voltam cenas das ilustrações de A divina comédia, a perda da filha e a vaca que pastava em frente de sua casa. Ali também cabem as sensações eróticas como potência que mistura sexualidade e criminalidade, considerando os limites indivisos entre bondade e crueldade, violência e desejo, predador e predado.

O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad. O desenho das sombras. Fonte: Paulo Gaiad. Galícia, 7 peças, dimensões variadas. Galícia, 7 peças, dimensões variadas.

GALÍCIA (2010)

Retomando o gesto em que uma viagem é processada posteriormente através de imagens metamorfosdeadas em obras, realiza um conjunto de trabalhos a partir de uma residência artística ocorrida na Galícia. Todavia, o artista compreende esta série mais como exercícios que incluem desenho e pintura, sendo também relacionadas aos resgates mnemônicos, sem que demande um mergulho exaustivo nas questões temáticas, nem esforços muito laboriosos, em termos de concepção prévia.

AFTER DARKNESS (2014)

Composta por oito telas em que não há hierarquia nem distinção entre cena e retrato, paisagem e natureza morta, corpos e paisagens se diluem e contaminam, tornando-se coisas díspares e aglutinadas em situação onírica. Também estão embaralhadas as faturas de desenho, pintura e fotografia. Percebe-se neste conjunto de trabalhos a recorrência de certas preferências, tais como o gosto pela fotografia em preto e branco, a apropriação atenta de um detalhe ampliado, o cuidado na escala e proporcionalidade das formas, a condição indivisa entre pintura e desenho. Uma vigorosa potencia erótica se confirma, particularmente nas telas em que aparecem casais ou se destacam tornos e pernas. Pode-se destacar uma tela em que a foto de uma escultura tumular de um anjo, capturada em ambiente digital, se combina com fotos homo-eróticas e de fetiche sexual do começo do século XX. Sentado sobre um banco desenhado, o cenário é o da praia do Campeche, localidade onde mora o artista. Completando a montagem, enquanto a pintura de um céu negro desaba até o chão, um mar se estende desde um fundo até um primeiro plano. Nesta figuração, devidamente alterados, os ambientes são os que o artista conheceu ou vive, tal como na tela em que surge um corpo com as pernas em escorso, junto com uma foto que o artista tirou de uma escola abandonada em Amsterdan e no quadro onde se justapõem um casal com as genitálias aparentes e uma cruz de Corme, localidade da Galícia.

Cruz de Corme, 1,20x1,50m. Cruz de Corme, 1,20×1,50m.

OBRAS 2015

Em uma viagem solitária para a Patagônia, encontra novo alimento para sua obra, recolhendo memórias e imagens para um painel medindo 3m x 8m, executado no começo de 2015 na cidade de Florianópolis. Assim nasce um conjunto considerado pelo artista como continuação de After darkness. Trata-se de cerca de uma dezena de trabalhos que funcionam como anotações visuais de viagens realizadas na última década. Menos tensos e sofridos do que os trabalhos do ano anterior, ali retornam lembranças, colagens, rasuras, desenhos e pinturas através de um processo mais leve, regular e natural.

Patagônia, 2,00x2,00m. Patagônia, 2,00×2,00m. Patagônia, detalhe, 2,00x2,00m. Patagônia, detalhe, 2,00x2,00m.

Rosângela Cherem | Curadora

FOLDER DA EXPOSIÇÃO

Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad. Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad. Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad. Exposição Impossibilias: Arquivo e Memória em Paulo Gaiad. Impossibilias

A exposição reverberou na edição e publicação de um folder organizado por Rosângela Cherem, disponível ao clicar na imagem acima.

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